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Venda de vias públicas

Prefeitura de SP vende vias públicas para projetos privados

Administração municipal negocia ruas e travessas com empresas privadas, a valores que vão de R$ 4 milhões a R$ 16,6 milhões

Leitura: 3 Minutos
Prefeitura de SP vende vias públicas por até R$ 16,6 mi
Imagem: Ildo Frazao/iStck

A Prefeitura de São Paulo tem negociado com a iniciativa privada a venda de vias públicas em áreas valorizadas, com cifras que variam de R$ 4 milhões a R$ 16,6 milhões. Além da venda de uma travessa nos Jardins – que deve ser aprovada em breve pela Câmara Municipal – o jornal Estadão identificou mais exemplos de alienação e tentativa de compra de vias paulistanas nos últimos anos, incluindo endereços próximos ao Parque do Ibirapuera e Vila Clementino.

A gestão Ricardo Nunes destaca que a venda vias públicas em São Paulo é “prática legal” e que “todos os processos passam por análises técnicas e jurídicas, com foco no interesse público”. Vielas, travessas e ruas sem saída são visadas no mercado imobiliário por permitirem a junção de diversos lotes de propriedades vizinhas.

Hospital ‘premium’ custou R$ 6,9 milhões em travessa vendida

Uma escritura de outubro de 2024 confirma a venda de travessa sem nome do Município à JSTX Participações por R$ 6,9 milhões, referentes a 376,8 metros quadrados. A área era acesso da Vila Liscio, conjunto de oito casarios dos anos 1930 próximo ao Ibirapuera, no distrito Moema.

No local será construído o Hospital Ibirapuera, da rede Hapvida Notredame, com “serviço de saúde premium” e “alta tecnologia”. O hospital terá 250 leitos, foco materno-pediátrico e investimento entre R$ 300 milhões e R$ 405 milhões, segundo a rede.

A travessa ficava em quadra que se tornou “eixo de verticalização” após revisão da Lei de Zoneamento de 2024, ganhando regras construtivas mais atraentes e perdendo limite de altura específico para construções.

Empresa quer comprar rua na Vila Clementino por R$ 4 milhões

A DVD Representações e Empreendimentos tenta comprar a Rua Palmital desde 2018, nas proximidades do Parque das Bicicletas e sede do Tribunal de Contas do Município (TCM). A Prefeitura estimou a transação em R$ 4 milhões para área de 551,5 metros quadrados.

A Procuradoria Geral do Município (PGM) analisou que a privatização deveria ocorrer por licitação, não venda direta, pois há outro condomínio que faz divisa com a rua. A empresa defendeu a venda alegando que o local seria perigoso à noite e com histórico de inundações.

Travessa nos Jardins pode render R$ 16,6 milhões

A Travessa Engenheiro Antônio de Souza Barros Júnior, nos Jardins, teve a alienação aprovada em primeira votação pelos vereadores em junho. A Prefeitura estima arrecadar ao menos R$ 16,6 milhões com a transferência dos 647 metros quadrados.

O projeto foi enviado à Câmara após empresas ligadas à Helbor entrarem com processo administrativo. A incorporadora pretende construir condomínio de “altíssimo padrão” com Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 994 milhões, abrangendo 5,3 mil metros quadrados de terrenos.

*Com informações de Estadão

Time Portas

O time de redação do Portas é responsável por produzir conteúdos que explicam e analisam, com profundidade e objetividade, os principais movimentos do mercado imobiliário.

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