
O Índice Imobiliário (IMOB) da B3 registrou valorização de 45,8% no ano até 14 de agosto, superando o Ibovespa, que avançou 13,3% no período. O índice reúne ações de construção civil e shoppings e se tornou o melhor desempenho setorial da bolsa brasileira.
A alta reflete expectativas de cortes na taxa Selic, após manutenção dos juros pelo Banco Central na mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). “A virada na política monetária é o que está puxando essa valorização. Em dezembro, o consenso era de que a Selic poderia chegar a 16% em 2025”, afirma Caio Araujo, analista da Empiricus.
O Banco Central sinalizou em junho que interrompeu o ciclo de altas na Selic, tendência reforçada pela perspectiva de cortes nos juros americanos em setembro. Porém, analistas alertam para a elevada volatilidade do setor e riscos de crédito com a Selic em 15%.
Shoppings e construção civil impulsionam ganhos
Os shoppings centers, com 44% de peso no IMOB, reportaram desempenhos operacionais acima do esperado no primeiro semestre. A Empiricus recomenda compra de ações da Multiplan e Iguatemi, que cresceram vendas em dois dígitos.
O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) impulsionou o segmento residencial, respondendo por 53% dos lançamentos no primeiro trimestre e 47% das vendas entre janeiro e março, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção.
Para o segmento de baixa renda, a Empiricus dá preferência a Direcional e Cury. A Ágora também aposta nas duas ações, destacando que “a Direcional é hoje um dos nomes de qualidade quando consideramos as construtoras de baixa renda”.
No nicho de alta renda, a aposta da Empiricus é na Cyrela, justificada pela “qualidade superior de execução, velocidade de vendas e um histórico consistente”. O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) registrou alta de 9,7% no ano, com gestores vendo oportunidades pontuais no segmento corporativo e residencial de alto padrão.
Fonte: Valor Investe