
A Kinea Investimentos lançou a maior emissão de fundos de investimento imobiliário (FII) de 2025, com captação de até R$ 2,49 bilhões através do Kinea Rendimentos Imobiliários. A operação foi acelerada por fatores políticos relacionados à tributação do setor.
Oficialmente, a gestora justificou a oferta como forma de ampliar a capacidade de financiamento ao setor imobiliário e reforçar a liderança do fundo no mercado.
Nos bastidores, argumenta-se que a decisão foi motivada pelo temor da taxação de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), que tramita no Congresso Nacional.
A discussão sobre CRIs e CRAs ocorre no âmbito da Medida Provisória (MP 1303) que trata da taxação de aplicações financeiras, gerando incertezas no mercado de crédito imobiliário.
O movimento da Kinea buscou se antecipar a uma eventual mudança de regras que possa reduzir a atratividade dessas operações de crédito estruturado.
A estratégia seria um reflexo da preocupação do setor com possíveis alterações tributárias que impactem a rentabilidade dos fundos imobiliários e seus ativos subjacentes.
Negociação entre Fazenda e Congresso
Como adiantou o Portas na última quarta-feira (24), a Associação das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) teme que o aumento de taxação de atividades financeiras traga impactos ao setor imobiliário. A proposta da MP 1303 é taxar, por exemplo, o rendimento de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) em 7,5%, o que afetaria o custo do financiamento habitacional, segundo a entidade.
Por outro lado, há uma negociação entre o Congresso Nacional e o Ministério da Fazenda para deixar isentos títulos não bancários como CRIs e CRAs, emitidos por securitizadoras. Apenas as LCAs e LCIs emitidas por bancos seriam taxadas.
*Com informações de Estado de Minas