
O Banco Central regulamentou um novo modelo de crédito imobiliário, vinculado ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que estará disponível para contratação a partir de 1º de janeiro de 2026.
A nova linha promete reduzir a volatilidade das prestações e oferecer maior previsibilidade aos consumidores, mesmo em cenários de alta inflação. É o que afirma Gilneu Vivan, diretor de Regulação do Banco Central, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
Estabilidade e previsibilidade nos novos contratos
De acordo com Vivan, o novo modelo permitirá parcelas iguais ou menores que as praticadas em contratos atrelados à Taxa Referencial (TR) e mais um percentual fixo.
“O estudo tenta provocar o debate e mostrar que você consegue fazer uma prestação em que a pessoa tenha maior previsibilidade”, destaca. Apesar disso, a oferta do produto dependerá de cada instituição financeira.
O Banco Central ainda não definiu critérios obrigatórios para a estrutura de amortização, mas a expectativa é que o modelo seja bem-recebido pelos bancos e traga benefícios como menores custos financeiros, maior facilidade de securitização e alinhamento entre ativos e passivos indexados ao IPCA.
Impactos no mercado de crédito imobiliário
A nova linha surge em um momento em que o sistema tradicional, baseado na TR e em poupança, enfrenta esgotamento. Atualmente, os financiamentos imobiliários dependem de combinações como a Letra de Crédito Imobiliário (LCI), com taxas atreladas à Selic, e a poupança, mas a escassez de recursos e as oscilações das taxas têm pressionado o mercado.
Adicionalmente, a nova linha deve permitir a redução dos spreads bancários no médio prazo, o que pode beneficiar mutuários e estimular a inovação no setor.
Segundo Vivan, “o modelo funciona a favor do consumidor, estabilizando a prestação e facilitando o acesso ao crédito”. Ele destaca ainda como vantagem a possibilidade de redução das taxas de juros em cenários de desaceleração da inflação.
Com validade inicial até o final de 2026, o modelo passará por análise e reavaliação, conforme o setor absorva as mudanças. Caso funcione como esperado, será um importante avanço para um mercado que movimenta bilhões de reais e enfrenta desafios para ampliar o acesso à moradia.
*Com informações de Folha de S.Paulo

